quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Paralisação dos juízes? É essa a prioridade?

Não que o trabalho dos juízes seja dispensável. Apesar da descrença da opinião pública sobre sua eficácia e eficiência, eles devem gozar, assim como qualquer outro trabalhador, de salário que lhes proporcione vida digna. No entanto, o momento econômico é muito delicado. Aqui na Europa o colapso econômico e social vai mais rápido que o TGV francês, nos EUA as perspectivas são sombrias e a estabilidade econômica brasileira não tem como não ser afetada por tamanho colapso mundial que se anuncia. Será que os juízes, sábios, "cabeças pensantes" no Brasil, não deveriam, ao invés de almejar maior renda, usar a massa cinzenta e o tempo ocioso para ajudar na concepção de soluções?

O movimento "occupy" se alastra rapidamente pelo mundo pondo em cheque a tão decaída democracia representativa, questionando a legitimidade dos bancos e outras e os senhores juízes preocupados com mais dinheiro para a picanha do fim-de-semana? Esdrúxulo!

A questão ao meu ver é sobre prioridades. Se os juízes, nata intelectual brasileira, tem dificuldade de pagar seu aluguel, escola dos filhos e etc. imagine a dificuldade de quem ganha salário mínimo e tem filhos? Não seria mais urgente tratar de quem está com a vida em risco? Afinal, a situação limite leva o ser humano a cometer atrocidades. Ninguém está imune à violência crescente, fruto dos seres humanos em situação limite.

É ponto pacífico que seria mais inteligente proteger nossos filhos garantindo que não haja cidadãos em situação limite. Isto feito, aí sim os juízes e outros grupos de interesse, que não estão em situação de risco, poderiam ter sua vez para pleitear seus interesses.

Infelizmente no Brasil, a solução para falta de saúde ou educação pública de qualidade, é optar pelo privado, ao invés de exigir-se qualidade nos serviços públicos. Quando a nata intelectual, ao invés de resolver apenas suas próprias questões, tiver interessada em resolver os problemas estruturais, a cena mudará.

Sugestão: Que tal o legislativo aprovar uma lei que obriga todos os filhos de funcionários públicos estudarem em escola pública? Não seria esta uma boa solução para se reduzir os gastos dos juízes com escola particular de seus filhos? Ao invés de pagar ensino privado eles com certeza formariam um grupo de interesse para defender a qualidade da escola pública.

Eu não ponho em causa a legitimidade das correções salariais. Só que me parece mais urgente, e momento muito oportuno, um esforço para resolver problemas estruturais. Se cada grupo de interesse apenas defende o seu quinhão, continuaremos nesse "salve-se quem puder" Hobbesiano. 30-11-2011n11:06

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