quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Sobre Impeachment

Hoje chicotada é raro, mas metrô lotado e sub-salário não deixam de ser formas de tortura. 
Faz tempo que o pessoal que me acompanha no youtube pediu que eu não me calasse e me pronunciasse sobre o tema. Respirei fundo e resolvi deixar registrado para posteridade o meu ângulo de visão.
Uma frase que sintetiza bem o objetivo do yoga, que é encontrada no último verso do Mangalam Mantra é: "Que todos os seres, em todos os lugares, sejam prósperos, livres e felizes."
O Yogi toma consciência que, para uma sociedade minimamente pacífica, é necessário que não haja alguns poucos vivendo uma vida nababesca, enquanto muitos uma vida de miséria. Ou seja, a grande estratificação da sociedade brasileira, que a faz vergonhosamente ser conhecida como Belíndia (Ricos como os da Bélgica e pobres como os da Índia) é sim a receita tiro-e-queda para a violência. Em outro países, onde não há tamanho abismo entre pobres e ricos, as coisas ficam naturalmente mais calmas.
Aqui de fora, o que vejo é que, sempre que houve no Brasil a tentativa de alterar a estratificação social, a elite sempre se organizou e encontrou formas de manter o povo na "escravidão".
Aqui fora, empresas também tem pesados encargos trabalhistas, mas mesmo assim o salário do trabalhador não é tão ridiculamente baixo como o do brasileiro. Simplesmente porque por aqui a elite ganha menos! Ela aprendeu que é melhor ganhar menos do que tentar ganhar mais e a fazer a violência eclodir incontrolavelmente. A elite brasileira é sim ambiciosa e gananciosa demais, muito acima da média.
Mesmo que seja a longo prazo, sou otimista em relação ao Brasil. Porque já ficou claro para muita gente, que essa ganância absurda da elite é no fundo a causa do colapso moral e econômico. Só vai ser possível uma sociedade viável se a elite ganhar menos.
Sou otimista também, porque tudo passa, inclusive essa fase rasa e vergonhosa de "petralhas x coxinhas". Em democracias um pouquinho mais maduras sempre houve o debate e a contraposição dos direitos dos trabalhadores x lucro da elite. Na Espanha por exemplo, desde de Dezembro já teve 3 eleições justamente porque não se chega a consenso. O Brasileiro vai aprender sim que não pode ter uma vida pior que a de cachorro para seu patrão ficar passeando de Iate nas Bahamas.
Esse impeachment, orquestrado por bandidos da pior espécie, no fundo é a articulação da elite para defender sua vida nababesca. FGTS só na aposentadoria, privatizações, aumento da jornada de trabalho, venda do pré-sal, reforma na previdência... Estão tentado, descaradamente tirar de quem passa fome para manter o conforto daqueles que já vivem nababescamente. O povo só vai aceitar isso se estiver realmente mesmo na mais profunda dormência. É completamente absurdo e inaceitável!
A problemática desse momento único é precisamente ver essa verdadeira guerra de bandidos sujos contra bandidos corruptos. Como defender algum lado se ambos são o néctar do chorume?
De todo modo, é ponto pacífico que o povo deve ser preservado. Deixar no poder os serviçais da elite, que querem manter grande parte da população em escravidão é anacrónico. O Brasil vai deixar de ser Belíndia mais cedo ou mais tarde. A situação já está insustentável.
É um embrolho, uma cama de gato. Deixar no poder o corrupto partido dos trabalhadores ou os corruptos serviçais da elite? Obviamente que tendo para o lado mais fraco. O sofrimento da elite é deixar de ir para Nova Iorque uma vez por ano. O sofrimento do periférico é não ter feijão na panela.
O governo interino, com vários ministros afastados por envolvimento com corrupção, é sim uma vergonha e tem que sair. A presidente eleita, segundo a perícia do senado, não cometeu crime e deve ficar.
A partir daí, que voltemos os esforços às reformas necessárias para nos afirmar como sociedade sustentável e pacifica.
Por mais transparência na administração pública e por uma gestão mais democrática. Por uma elite, como a da França, que pague sim mais impostos. Por uma base da pirâmide, que saia do desespero e que tenha também dignidade e felicidade.
Vamos nos inspirar na democracia da Islândia e da Suíça, no sistema de educação da Finlândia e manter nossa genial criatividade brasileira.
Ei, e vamos concordar que o grosso da nossa classe média foi feita de gato e sapato pela nossa mídia podre, hein?
De Copenhague,
Bruno Bartulić

domingo, 29 de junho de 2014

Brasil ainda é Lagarta

Enquanto o Brasil-sil-sil vibra com a Copa, estamos vivendo um dos capítulos mais tristes e sujos da nossa história.
"Aceitem a ditadura, aceitem a corrupção e a criminalidade crescente, aceitem a falta de hospitais, escolas e transporte digno, mesmo sendo a 6ª economia mais próspera do planeta... Aceitem tudo, quietos e sem reclamar, pois senão, serão presos, ou coisa pior..."
Parece ser essa a mensagem indireta que o governo, a nível federal e estadual, têm passado à população, pois aqueles que pacificamente tentam fazer de fato, alguma coisa para exigir melhor administração pública e diminuição da violência, são presos indevidamente. A constituição não está sendo respeitada. Vejam por exemplo a prisão de Fábio Hideki e a exigência inconstitucional da polícia para que manifestações tenham líderes.


Democracia pura é algo utópico, mas para o Brasil uma 'democraciazinha mequetrefe' já estava muito bom, pois o que temos hoje, nem de longe parece com qualquer coisa que lembre democracia. Daqui há muito pouco é bem capaz que a população comece a pedir intervenção internacional, pois contar com o governo e com a polícia não dá mesmo, além de ser bem perigoso...

Antes de se tornar borboleta, a lagarta precisa construir seu casulo para se transformar... O Brasil ainda é uma lagarta... 

Eu torço pelo Brasil, torço para que essa transformação para borboleta seja por via pacífica e inteligente. Porque se um dia, o povo resolver por um fim nesses abusos todos pela via violenta, vai ser bem feio.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Copa??? Assunto Encerrado!


Minha posição sobre a Copa é bem peculiar. É bem diferente da maioria das pessoas.  Uns são contra, outros são a favor e eu acho que esse assunto não devia ser tratado dessa forma binária. Na minha visão, é preciso perceber que a realidade é o produto da somatória das ações das pessoas. É preciso que fique mais claro que só é possível esse investimento de bilhões, graças à alta audiência do evento. É o interesse das pessoas que produz a oferta do produto.  As pessoas querem futebol, as pessoas sustentam o futebol.

Minha posição é peculiar também, porque apesar de achar legitimas e justas muitas demandas da população nas manifestações, tenho certeza que há formas mais fáceis de lidar com o problema. Bastava que as pessoas não assistissem futebol, não sustentassem nem apoiassem nada envolvido com futebol. Os investimentos de governos e empresas simplesmente não existiriam. Isso não seria mais fácil e mais certeiro do que ir às ruas? Qual melhor protesto do que aquele que resolve o problema?

Por mais nefastos que possam ser empresas ou governos, é preciso aceitar que é a população que cria e mantém a realidade. Então os protestos não deviam ser contra o governo ou a FIFA, devia ser contra as pessoas que estão, no seu dia-a-dia, apoiando e sustentando tudo isso.

Podemos pensar também, que as pessoas não foram educadas com senso crítico suficiente para que não sirvam àqueles que as exploram. Então nosso clamor afinal, devia ser por educação e condições dignas para todos. Povo consciente não daria audiência para algo que atrasa o país.

Uma ponte às vezes é primordial para o desenvolvimento de uma região, mas muitas vezes, se confunde prioridades e se gasta demais com coisas e se esquece do ser humano.

Não sou contra o esporte nem contra o entretenimento, por mais que eu não goste dessa palavra. Só que acho ilógico inverter prioridades.  Quem em sã consciência prefere gastar com estádios se nem o básico a população tem?

Não há dúvidas que há recursos de sobra num país como o Brasil, mas o mundo inteiro sabe: no Brasil a desigualdade é gigantesca! Toda sociedade tem desigualdades, todas. Mas o fato do Brasil ser um dos países mais desiguais do mundo devia apontar que passamos dos limites. Não é segredo que essa desigualdade abismal tem relação com a altíssima taxa de criminalidade. No ranking de 132 países, sobre segurança, o Brasil ocupa a posição de 122º. (http://www.socialprogressimperative.org/data/spi/components/com4#data_table/countries/com4/)

É preciso maturidade emocional para encarar a realidade: A FIFA não é vilã sozinha, é a população que dá força e sustenta a Copa. Não venha com a contra argumentação dizendo que entretenimento alivia o sofrimento da população. Isso é absolutamente ilógico. É ao contrario! É o que causa e mantém o atual estado de coisas.

Seja criativo, entretenha-se com sua família e amigos, tem tanta coisa boa pra fazer. Bom, como eu sou sonhador, me permito imaginar o dia em que ninguém apoiará esse absurdo. Posso sonhar, já que é livre, com os jogadores se recusando a entrar em campo, com vergonha de participarem de todo esse esquema perverso.

Enquanto o sonho não chega eu vou fazer a minha parte, não vou dar audiência para isso. E você?

Versão em áudio aqui: 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Uruguai não quis virar um Brasil!

versão desse artigo em áudio aqui: (http://www.youtube.com/watch?v=biWIZX5CaB8)

O Uruguai tem um dos melhores índices de educação da América Latina. Foi um dos primeiros países do continente a oferecer educação universal e gratuita, da pré-escola à universidade. Ou seja, o Uruguai tem uma grande massa crítica.

É preciso lembrar que as drogas são utilizadas desde tempos imemoriais e fazem parte da sociedade humana. Povos de todo o mundo fazem uso diariamente de drogas dos mais diferentes tipos, sejam elas legais ou ilegais. 

Vivemos hoje em dia uma epidemia global de alienação. A política do pão e circo mantém a grande massa alheia aos problemas que as assola, mantém estruturas que condenam milhões à fome e a pobreza. É Ponto Pacífico que a criminalidade e a violência aumentam a olhos vistos na América latina. O crime organizado tem cada vez mais poder, aterroriza a população e intimida governos. O povo uruguaio, educado, tradicionalmente pacífico e com baixos índices de criminalidade, percebeu que deixar o crime organizado avançar seria um erro gravíssimo. A regulamentação da cannabis tira a substância tira do crime organizado e, portanto, afasta a violência e o risco de escalada de poder do crime organizado.

Pessoalmente entendo que uma vida feliz é mais facilmente atingida com o corpo purificado e saudável, entretanto, é notório que a criminalidade mata muito mais do que a substância.  O inimigo mais mortífero não é a droga e sim o crime organizado!

Parabéns ao povo uruguaio que foi consciente, participativo e que elegeu representantes com coragem para enfrentar a grande mídia, as grandes corporações e os países imperialistas. Parabéns por terem afastado o risco do avanço do crime organizado. Que continuem sendo um país sem criminalidade e sem máfias!

Enquanto isso no Brasil todos os dias centenas perdem suas vidas com a criminalidade insuportável e milhões vivem verdadeiro terror psicológico ao saírem de casa... Mas a grande mídia mantém o povo em transe e inerte. 

O Uruguai não quis se transformar num Brasil. Parabéns!




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VIOLÊNCIA NO ESTÁDIO EM SANTA CATARINA


versão em áudio desse artigo aqui: (https://www.youtube.com/watch?v=iUNIvUbhEBs)

Desde a década de 80 que o Brasil entrou na onda das privatizações. Mesmo pagando altos impostos, com o sucateamento dos hospitais e das escolas públicas, muitos se viram obrigados a porem seus filhos em escolas particulares e a pagarem planos de saúde. Os que não podem pagar, ficam ao Deus dará. Já na Europa a Educação e a Saúde continuam gratuitas.

É óbvio que há uma estreita ligação entre a falta de educação e o aumento da violência. Ao invés de escolas boas, a população tem estádios. A mente da massa fica então num mundo paralelo onde o importante é matar e morrer pela bandeira de um time.

No Brasil é melhor ser contra Deus do que ser contra o futebol, isso é sagrado. Nossos ídolos são times, são jogadores ou são pseudo-artistas, ao invés de sábios, de empreendedores, de professores... Muitos me criticaram quando eu fiz a paródia “Vou Pagar um Estádio”, mas como posso ficar calado e concordar com uma coisa que aliena tanto as pessoas? Como posso ficar calado diante da política do pão e circo?

O humor pode ser uma arma pacífica e inteligente para fazer denúncias, mas não basta rir. A gente tem que ter educação antes de ter estádios, senão continuaremos vendo cenas como as que vimos em Santa Catarina, onde as pessoas se portaram pior do que animais. Se matando a troco de nada.

Tem muita gente por aí tentando homenagear Nelson Mandela, mas a maior homenagem seria imaginar que luta ele se engajaria hoje e agir! A alienação é uma epidemia global. Está na hora da gente parar de dar nosso apoio às coisas que mantém o povo manipulável e violento.

É Ponto Pacífico que o futebol, faz tempo, deixou de ser apenas uma atividade saudável para ser um negócio de bilhões. Um grande circo para nos deixar em transe para defendermos e lutarmos por aqueles que nos escravizam. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Bandido Baleado: Vitória ou Derrota?


Como todo mundo sabe que eu sou pacifista e defensor dos Direitos Humanos, muita gente está perguntando minha opinião sobre o caso do bandido que foi baleado ao tentar roubar uma moto em São Paulo.

A tentativa de assalto aconteceu na Av. Assis Ribeiro, na Penha, zona leste de São Paulo. Não muito longe de onde eu também já sofri uma tentativa de assalto. Felizmente eu consegui correr e escapar.

Nem me surpreende mais o que eu vejo nos comentários do vídeo: “bandido bom é bandido morto”, ”eu tinha chutado a cara dele” e outras coisas do gênero. Não me assusta mais, porque já está claro pra mim que no Brasil as coisas materiais são sagradas. As pessoas dão suas vidas para comprar coisas, então as veem como o que há de mais importante no mundo e são capazes de matar e morrer por elas. Quando se fala de carros e motos então, isso se confirma ainda mais. O documentário: “Sociedade do Automóvel” mostra como os veículos motorizados viraram praticamente uma religião fundamentalista, principalmente em São Paulo.

Eu sei como é horrível a sensação de ser assaltado, só que o que eu penso é: como podemos acabar com isso?  O pensamento de “matar todos os bandidos” é ridículo não só porque seria um holocausto, mas também porque é óbvio que não resolveria o problema. Já se têm se matado muitos bandidos todos os dias e o crime continua a avançar.

A gente tem que entender o que tem gerado os assaltos! Veja esse experimento que mostra como macacos reagem quando sofrem injustiça. Os humanos também são hominídeos e também ficam violentos perante a desigualdade.

O Brasil é um dos países com maior desigualdade no mundo, mas tem outros fatores que contribuem para o crescimento da violência: a difusão de valores pobres pela grande mídia, a falta de educação e de condições humanas de vida.

Então ao invés de ficar comemorando quando um assalto é impedido, se a gente quer soluções reais e quer o fim dessa verdadeira guerra urbana, é Ponto Pacífico que a gente precisa é achar bonito andar de bicicleta, a gente precisa de novos valores e de novos sonhos! Precisamos garantir educação e condições de vida digna pra todos. Senão, vai continuar a mesma história onde se mata um bandido e aparecem mais 10.

Versão dessa reflexão em vídeo: 


terça-feira, 25 de junho de 2013

A Revolução Começa no Corpo!

Justamente nos momentos de debate a nível nacional é que fica mais claro a incapacidade humana que mantêm a situação do mundo complicada como está: a falta de habilidade para se relacionar com quem pensa diferente de si.

O planeta é cheio de recursos e repleto de pessoas inteligentes e criativas, mas ao mesmo tempo é repleto de pessoas que sofrem e pessoas violentas.

Parece ponto pacífico que se fossemos capazes de cooperar e de chegar a consenso conseguiríamos uma sociedade muito mais pacífica e saudável. Então porque não conseguimos? Quais são os obstáculos? Seriam as diferentes visões de mundo?

Para além das divergências políticas e religiosas, que deixam a visão de mundo tão diferente para cada um, há alguma coisa que impossibilita o respeito pela visão do outro e induz a tentativa de impor a sua visão aos outros. O que seria isso?

Fragilidade emocional. Em outras palavras, imaturidade. Sim, quando estamos emocionalmente instáveis e desequilibrados, agimos sem sensatez. Nesse estado há tendência de inferir que a causa do sofrimento é o outro, pois como partimos do princípio que nossa visão de mundo é a correta, somos impelidos a imperializar o outro. O problema estaria resolvido quando o outro conhecesse “a verdade”.

O primeiro equívoco é considerar que “a verdade” pode ser imposta, quando na verdade a concepção da realidade acontece segundo as possibilidades de cada um. Sempre através das convicções e pela compreensão. Tentar colonizar o outro é violência e pura perda de tempo.

O segundo equívoco é considerar que a causa do sofrimento é o outro. Na síndrome de Estocolmo o sequestrado passa a gostar da situação que se encontra. Há diversos outros exemplos ao longo da história de escravos que gostavam da situação que se encontravam. Ou seja, o estado de sofrimento, por incrível que pareça é uma decisão. Por isso uma situação que é horrível para uma pessoa pode ser confortável para outra. A maneira como nos relacionamos com a realidade é que resulta ou não em sofrimento.

Mas então, se não podemos impor mudança aos outros e se eles não são a causa da nossa insatisfação, o que o é?

A falta de compreensão de si. Em outras palavras, a falta de capacidade de estar em paz consigo. Esse estado de paz permite uma felicidade tal, que o desequilibro emocional e a instabilidade diminuem. Somente nesse estado é que temos respeito e compaixão.

Para uma nova sociedade, mais pacífica e mais justa, não adianta nos engajarmos em debates infindáveis. Se investíssemos no equilíbrio emocional e tivermos, cada vez mais, pessoas emocionalmente saudáveis e sensatas, os problemas de relacionamento desaparecem e aí sim há alguma possibilidade de consenso. Enquanto as pessoas estiverem emocionalmente frágeis e instáveis, sempre haverá discórdia e conflito.

Até a educação formal e o conhecimento acadêmico são menos importantes que essa inteligência emocional, pois o inculto que está em paz consigo, terá estabilidade emocional para sempre aprender algo.

Esse estado de equilíbrio emocional é uma riqueza difícil de ser medida. É algo como um estado de maravilhamento com a natureza e com própria existência.

Você deve estar se perguntado o que tudo isso que leu até agora tem a ver com o título desse artigo. Tudo.

Para se experienciar o estado de equilíbrio emocional não é necessário fazer um curso ou comprar um kit especial, basta, pasmem, conhecer-se.

Nos dias de hiperestímulo de hoje em dia, com uma quantidade colossal de informação que nos chega às mentes é muito difícil que se comece o autoconhecimento pela mente. Ela anda tão acelerada e cheia, que seria mais fácil estar no meio de uma nuvem de gafanhotos e conta-los do que observar o turbilhão de pensamentos.

Nos resta então, começar pela parte mais palpável e visível de nós: o corpo. E então, fazer investigação minuciosa de todas as amplitudes e capacidades dele, em outras palavras, a conscientização corporal. Um processo que sintoniza nossa auto-imagem com a realidade.

Com o processo de olharmos para si e desfazermos ilusões e equívocos, a mente e as emoções vão se estabilizando e gradativamente vai surgindo mais equilíbrio emocional. Com mais equilíbrio emocional, podemos começar a observar a mente e então, o conhecimento de si se amplia mais.

A revolução de fato se dará quando os indivíduos forem equilibrados emocionalmente. Enquanto esse momento não chega a cena será a de sempre, disputas sistemáticas sem grande chance de conciliação.

Esse processo que descrevi, não é invenção minha. Talvez você até possa conseguir fazer essa odisseia toda sozinho, usando sua criatividade e esforço. Essa busca de equilíbrio emocional começando pelo corpo é uma sabedoria bem antiga e é chamada de Hatha Yoga.